sexta-feira, 28 de agosto de 2015

LULA ENSAIA CANDIDATURA A PRESIDENTE, PARA DESESPERO DA OPOSIÇÃO

"Se for necessário, eu vou para a disputa", 

diz Lula sobre 2018


Nesta sexta-feira (28), o ex-presidente Lula afirmou que, se for necessário, irá disputar a presidência em 2018. Lula destacou que nada está definido com relação a isso, e que espera que outras pessoas se candidatem, mas que não descarta entrar na disputa: 
"Não sei [se vou ser candidato]. Não posso dizer nem que sou nem que não sou. Sinceramente espero que tenha outras pessoas para serem candidatas. Agora, uma coisa pode ficar certa. Se a oposição pensa que vai ser candidata, que vai ganhar, que não vai ter disputa, que o PT está acabado, pode ficar certo o seguinte: que se for necessário, eu vou para a disputa e vou trabalhar para que a oposição não ganhe as eleições", afirmou em entrevista para uma rádio de Montes Claros (MG).
"Se a oposição pensa que vai ser candidata, que vai ganhar, que não vai ter disputa, que o PT está acabado, pode ficar certo o seguinte: que se for necessário, eu vou para a disputa"
"Se a oposição pensa que não vai ter disputa, que o PT está acabado, pode ficar certo o seguinte: que se for necessário, eu vou para a disputa"
"A oposição tem que ter paciência neste país. Eu perdi três eleições, voltava para casa. Eu não ficava xingando as pessoas. Eu não ficava falando palavrão. Eu ia para casa me preparar. Como diria o Brizola se estive vivo, eu ia para casa lamber minhas feridas, ou seja, para me preparar para a outra eleição. Foi assim que eu fiz durante 12 anos. A oposição precisa parar de resmungar, tem de parar de xingar a presidenta, ela tem que torcer para que esse país melhore", acrescentou.
Reafirmando o que disse no discurso desta quinta, Lula ressaltou que "ninguém quer mais golpe neste país. Quem quiser ser candidato à Presidência da República que espere 2018, dispute democraticamente e vê se ganha as eleições". O ex-presidente declarou não acreditar na interrupção do mandato da presidente Dilma Rousseff antes de 2018, como quer a oposição.
"Não acredito em impeachment da presidente Dilma. Acredito que as dificuldades que nós estamos passando agora serão vencidas na medida que a economia comece a se recuperar e os programas anunciados pela presidenta Dilma comecem a dar resultado", afirmou.

PRESIDENTE DO PT COMENTOU ENTREVISTA DE LULA: "Não tem nada de novidade. Lula é o candidato natural do partido."
Presidente do PT, Rui Falcão ao lado do ex-presidente Lula
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, disse, nesta sexta-feira, 28, não ver novidade na entrevista em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a admitir a possibilidade de ser candidato ao Planalto em 2018 e reconheceu que existe um forte no desejo, no partido, e temor, na oposição, de que isso aconteça. Segundo ele, existe uma campanha orquestrada contra Lula. De acordo com ele, a militância do PT espera que Lula seja candidato. Falcão citou o blog do ex-prefeito do Rio Cesar Maia (DEM) para abalizar a tese de que o alvo da oposição hoje é Lula. “O que a oposição quer… aliás está no blog do Cesar Maia, que para destruir o PT tem que antes derreter o Lula. É justamente o que eles querem. Ele (Maia) fala que tem pesquisas mostrando que as pessoas votam no PT, os negros, as mulheres, os pobres,  principalmente pelas conquistas sociais desde o governo Lula, e é isto que Lula representa, o caminho mais curto para o fim da miséria e para uma vida com mais qualidade do povo brasileiro. Daí que para desmanchar o PT tem que antes derreter o Lula. Essa é a tática da oposição”, argumentou o dirigente. Segundo Falcão, o bonecão inflável no qual Lula é mostrado como presidiário, embora não existam quaisquer denúncias contra ele, e a série de mentiras sobre o patrimônio do ex-presidente espalhadas na internet fazem parte desta tática. “Eles sabem bem o tamanho da liderança e força política que tem o Lula. E essa tática da oposição, dos que ainda se acham a classe dominante, vem de antes de o Lula ter sido presidente. Tem vários episódios na história, como o sequestro do Abilio Diniz (quando a Polícia Federal vestiu camisetas do PT nos sequestradores às vésperas da eleição de 1989). Tem uma série de episódios para tentar destruir o PT e o Lula, o bonecão e as mentiras na internet fazem parte dessa campanha”, afirmou.

DILMA DIZ QUE CONCORDA E APOIA CANDIDATURA DE LULA EM 2018
Presidente discursou em cerimônia de entrega de unidades do Minha Casa Minha Vida

Em cerimônia de entrega de unidades do Minha Casa Minha Vida, em Caucaia (CE), a presidente Dilma Rousseff voltou comentou a entrevista de Lula e disse concordar com o ex-presidente: "A oposição tem muito medo do Lula ser candidato, pois sabem que não conseguiriam vencê-lo", afirmou a presidente.
No Ceará, Dilma também voltou a afirmar que o Brasil é um país forte e que vai superar suas dificuldades. “Tem uma minoria que aposta sempre no ‘quanto pior, melhor’. São pessoas que pescam em águas turvas e, quando as águas estão claras, nunca conseguem o que querem. Nós temos a clareza que o Brasil é um país forte, que vai crescer, vai superar suas dificuldades, que são momentâneas”, afirmou. Dilma disse ainda que o Brasil tem muito o que preservar e que não vai permitir retrocessos, nem nos programas sociais nem na democracia. “Todos nós sofremos as consequências de ter um país não democrático, que não respeitava as leis, não deixava as pessoas darem suas opiniões”, comentou. A presidente também falou sobre o cenário econômico, afirmando que o governo pensa em aumentar o emprego e garantir a volta do crescimento. “Vocês acham que a situação está incerta, que a inflação está alta, vocês temem perder o emprego, mas o meu governo pensa em aumentar o emprego e garantir a volta do crescimento”, disse. “Também queremos reduzir a inflação, porque sabemos que a inflação corrói a renda do trabalhador.” Dilma recebeu apoio da plateia, que a saudou com gritos de “Não vai ter golpe”. Ela lembrou o projeto de interligação do Rio São Francisco e elogiou a visão do ex-governador Cid Gomes de garantir o abastecimento de água na região metropolitana de Fortaleza. “Nos últimos treze anos o Nordeste brasileiro foi completamente transformado. Ainda falta muito a fazer, mas mostramos que juntos somos capazes”, afirmou a presidente. Além das unidades em Caucaia, foram entregues simultaneamente outras casas em Fortaleza e Maracanaú, ambas no Ceará; e Castanhal, no Pará; Colinas do Tocantins, em Tocantins; e Bom Conselho, em Pernambuco. No total, são 2.701 residências, que devem beneficiar 10 mil pessoas beneficiadas.


Lula diz que quer evitar a volta de quem ‘nunca fez nada pelo País’



Em entrevista à Rádio Itatiaia em Montes Claros, região norte de Minas Gerais, na manhã desta sexta-feira, 28, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou pela primeira vez desde o fim do segundo governo, em 2010, que, se for preciso, disputará a Presidência da República. Lula declarou que tem como objetivo “tentar fazer com que essa gente que nunca fez nada pelo País, que nunca se preocupou com a Educação e com políticas sociais, que governou para um terço da população, não volte a governar”. Ele começou na cidade mineira a série de viagens que, como anunciou em maio, fará pelo País. Minas é reduto eleitoral do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves. Em Minas, além de ter perdido para a presidente Dilma Rousseff, Aécio também viu derrotado o então candidato a governador Pimenta da Veiga (PSDB), batido pelo atual governador Fernando Pimentel (PT). Na noite desta quinta-feira, 27, Lula participou de ato conjunto da Central Única dos Trabalhadores em Minas Gerais (CUT-MG) e da União Estadual dos Estudantes (UEE), em Belo Horizonte. Lava Jato: Na entrevista à rádio, o ex-presidente disse que Dilma, e também ele, não sabiam da corrupção na Petrobras. “Achar que a presidente Dilma sabia é humanamente impossível. Imaginar que você, (disse, referindo-se a uma jornalista) sabe do que está acontecendo agora na sua casa… eu até gostaria de saber antes. Eu não sabia, a Polícia Federal (PF) não sabia, a imprensa não sabia, o Ministério Público (MP) não sabia.”, disse. O ex-presidente fez ainda um mea-culpa sobre o envolvimento do PT na corrupção na estatal. “Teve gente do PT que errou? Teve. Eu dizia na Presidência que só tem um jeito nesse País de não passar por uma investigação: é sendo honesto. Pagar impostos, fazer o que a lei manda. O PT nasceu para mudar a história do País. Nascemos para permitir que as pessoas que não tinham voz passassem a ter. O partido, no entanto, cresceu demais e cometeu desvios porque começou a fazer política como outros partidos”, avaliou. Sobre o possível impeachment da presidente, Lula disse não acreditar no afastamento dela. De acordo com o ex-presidente, a situação política de Dilma vai melhorar quando os resultados do pacote fiscal implementado pelo governo começarem a surtir efeito na economia do País. Lula pediu ainda para que a oposição que pressiona pelo impeachment da presidente, tenha paciência. “Perdi três eleições. Todas as vezes que perdi, voltava para casa. Não ficava xingando as pessoas, falando palavrão. Ia para casa lamber minhas feridas, como diria o Brizola (o ex-governador do Rio Leonel Brizola), se estivesse vivo. Para me preparar para a outra eleição. Foi assim durante 12 anos.” Segundo o petista, a oposição precisa parar de resmungar. “Não pode querer antecipar o mandato. Até porque o povo não aceita. Quem quiser ser candidato que espere 2018, dispute democraticamente. Vivemos um golpe em 1964. Ninguém quer mais golpe nesse País”, afirmou. O ex-presidente disse ainda que voltará a ter uma “atividade política”. “Vou voltar a dar palpite. Vejo muita gente que já governou esse País, que já foi governador, que foi deputado, e que não fez nada, e agora fica falando como se fossem salvadores da pátria.” O ex-presidente escolheu Montes Claros para começar a série de viagens pela relação que afirmou ter com a região norte do Estado, uma das mais carentes do País, ao lado do Vale do Jequitinhonha, também em Minas. Lula lembrou ter passado pelas duas regiões várias vezes durante campanhas eleitorais, fundação do PT e da CUT e Caravanas da Cidadania.