Sindicato dos servidores municipais de Retirolândia deu prazo de 15 dias para que o prefeito André Martins (DEM) pague salários e gratificações atrasadas de funcionários públicos, caso contrário, param o município através de uma paralisação geral de servidores.
O sindicato cobra a aprovação do Plano de Cargos e Salários no município, o que, para o representante dos servidores, Antonio Pereira da Silva, resolveria parcialmente os problemas enfrentados na administração do prefeito André Martins. Retirolândia é um dos poucos municípios do estado (de 417) que ainda não tornou lei o plano, o que é um retrocesso para a cidade.
Entre dezenas de reivindicações está a atualização dos salários dos motoristas lotados na pasta da educação, que recebem hoje apenas R$ 43,00 além do salário mínimo como salário base. O sindicato quer também que o prefeito André Martins cumpra o que determina a lei pague o piso salarial dos professores e que a mudança de nível e a licença prêmio dos mesmos profissionais sejam respeitadas.
E os problemas na área de educação parecem surgir como água de uma nascente. Segundo o sindicato, parte das férias dos profissionais de limpeza e merendeiras ainda não foi pago e cerca de 100 destes profissionais recebem igual ou menos de MEIO salário mínimo. A respeito disso, cerca de 80 ações já foram ajuizadas contra o prefeito André Martins, mas, seu exército de advogados vem conseguindo protelar o processo.
A assembléia do sindicato contou com aproximadamente 300 servidores municipais. O prefeito André Martins e o vice-prefeito Arlânio Martins, que também acumula o cargo com o de secretário de educação do município, não compareceram ao evento.
Por telefone, o secretário de educação, Arlânio Martins, teria requerido a pauta da assembléia, mas, teve o pedido negado sob a justa alegação de que ele, mais do que ninguém, sabe de todos os devaneios da pasta que ele próprio gere, e o seu pedido era apenas para 'fazer média' com o servidor.
"Por que só agora ele quer sentar pra conversar? Será que é por que percebeu a nossa força? a força do sindicato e dos servidores? Pois, nós vamos adiante, e se o prefeito e o secretário não pagarem o que nos deve, nós paramos Retirolândia." - Disse uma servidora afiliada ao sindicato.
O secretário faz coro ao prefeito e alega falta de recursos para honrar com os compromissos, justifica também apontando queda na receita do FUNDEB.
Marineide Rocha - 'Ninha'
Presidente do FUNDEB Retirolândia
Sobre as contas do FUNDEB, a presidente do fundo, Marineide Rocha, ameaça renunciar ao cargo por conta da falta de informações por parte do secretário de educação (também vice-prefeito) Arlânio Martins. Segundo 'Ninha', como é conhecida a presidente, ela vem encontrando dificuldades para ter acesso as contas do fundo.
"Nem mesmo a extratos bancários do fundo estou tendo acesso, apesar do meu direito enquanto presidente, e mesmo enquanto servidora e cidadã retirolandense" - Revelou 'Ninha'.
O prefeito André Martins foi eleito anunciando um novo tempo. Se o novo tempo é a expulsão de famílias carentes de terrenos ocupados, descaso com a saúde do município e agora descaso no setor de educação e desrespeito aos servidores municipais, então, acho que o povo de Retirolândia prefere o velho tempo.
Antonio Pereira da Silva - 'Tonhão'
Presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Retirolândia
