quarta-feira, 23 de setembro de 2015

CRISE CHEGA À REGIÃO DO SISAL: DEPOIS DO PREFEITO DE RETIROLÂNDIA ANUNCIAR ATRASOS DE SALÁRIO, PREFEITO DE SÃO DOMINGOS CONFIRMA ATRASOS EM ALGUNS SETORES


Depois de o prefeito André Martins, de Retirolândia, anunciar no maior portal de notícias da região do sisal, o Calila Notícias, que iria atrasar salários por conta da crise econômica pela qual o país passa, o prefeito Nafitel Ramos, de São Domingos, em entrevista ao programa Rádio Comunidade, da Valente FM, confirmou atrasos em alguns setores da administração pública.

Outros municípios da região já passam por situação semelhante.

Em Queimadas, o prefeito Tarcísio, até então não tinha problemas em administrar o município, "Os recursos vinham dando para suprir as demandas, mas não conseguimos resistir à crise", afirmou.

Em Nova Fátima a situação não é diferente.

O problema é que o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) está caindo em ritmo acelerado desde 2011, e neste mês de setembro, alguns municípios chegaram a receber menos da metade dos recursos recebidos em setembro daquele ano.

"Imagine que nos últimos cinco anos tudo subiu, daí a receita do município diminui drasticamente... fica praticamente impossível administrar, é impossível não atrasar, é impossível continuar ou iniciar obras... Não dá para gerir o município", afirmou o prefeito de Capim Grosso.

Outro grande problema para os municípios é em relação a folha de pagamento. Em janeiro próximo o salário mínimo terá um reajuste de cerca de 30% e irá impactar a folha dos municípios. Num município do porte de Valente, por exemplo, a folha poderá ser onerada em meio milhão de reais, quando contabilizados também os impostos sobre a mesma.

"Ou se paga apenas a folha dos funcionários ou se presta os serviços públicos necessários à população. As duas coisas, do jeito que as coisas estão, não dá para fazer. Por isso muitos prefeitos começam e paralisam as obras e atrasam os salários de alguns setores da administração pública", afirma a prefeita de Riachão do Jacuípe, Tânea Matos.

“Você sonha muito, quando entrei na política foi em 1975 como vereador na cidade de Valente, e sonhava São Domingos cidade, dizia: vai se emancipar e eu vou ser prefeito. Era um sonho meu, sonhava, ainda, fazer uma administração diferenciada, mas infelizmente deu tudo errado, fui prefeito na pior hora possível, não contava com esta crise logo quando estava realizando o meu sonho, daí a gente perde o estimulo, por isso não quero ser mais político, vou concluir o meu mandato e, Deus permitindo, vou me dedicar mais a igreja, servir mais a Deus”, desabafou Nafitel Ramos, prefeito de São Domingos.

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Nafitel: Me desiludi com política. Pensei que, sendo prefeito, podia fazer mais pelo povo de São Domingos, não consegui.