segunda-feira, 18 de abril de 2016

A PANELA QUE DÁ EM CHICO, NÃO DÁ EM FRANCISCO.


Na mais recente pesquisa DATAFOLHA, sobre o perfil dos manifestantes a favor do Golpe, 88% se afirmaram brancos, 68% ganham de cinco a dez salários mínimos, outros 16% mais que isso.

Esses números revelam que os manifestantes são de uma classe mais favorecida economicamente, que não estavam acostumados a dividir as lojas e as praças de alimentação dos shoppings com as classes que ascenderam socialmente desde o governo Lula, que não estavam acostumados a dividir as mesmas salas de aulas das universidades com os filhos do zelador do prédio onde moram, dos filhos dos pedreiros que fizeram as reformas de suas casas, dos filhos das faxineiras que limpavam os mármores de seus escritórios, daqueles que não aceitam ficar atrás, numa fila de banco, de um mecânico ou de uma costureira. Eles nunca perdoaram Lula por ter construído as estradas que fizeram com que os filhos do Brasil, de cozinheiras, de garis, de lavandeiras, participassem dos mesmos congressos de medicina, direito ou tecnologia em que seus filhos, quando não eram os palestrantes, estavam sempre sentados nas primeiras cadeiras. Nunca perdoaram Lula por tê-los obrigado a pagar direitos trabalhistas, a dividir poltronas de aviões e hotéis nos principais cartões postais do país, com gente como nós. Eles nunca perdoaram Lula pelos programas sociais que desequilibraram esta relação rico – pobre.

Se era o fim do Bolsa Família, do Minha Casa Minha Vida, do Pronatec, do Prouni, do FIES, dos programas de crédito para os agricultores, do Pronaf, do Cadastro único, dos programas de aceleração do crescimento, da universalização da água, das políticas de redução do I.P.I. que permitiram a compra de eletros e móveis, da política de valorização do salário mínimo, da autonomia à PF, da maior ascensão social da história deste país, da integralização da minorias, do maior número de universidades públicas e creches construídas da história do Brasil, se era pelo fim destes e de tantos outros avanços desde o governo Lula, era só falar, pedir com educação, que lhes devolvíamos o Brasil da época do Fernando Henrique e do PSDB.


O GOLPE

Começou com uma vingança pessoal do presidente da câmara, Eduardo Cunha, em retaliação ao Partido dos Trabalhadores e à Presidenta Dilma, que decidiram não apoiar Cunha na comissão de ética, cujo relatório recomenda a cassação dele, acusado de ter recebido 52 milhões de Dólares em propinas.

Mais tarde, a comissão do ‘impeachment’ recomendou a abertura do processo de admissibilidade. 38 deputados votaram a favor. O curioso é que 36 destes respondem a processos justamente por corrupção, lavagem de dinheiro, improbidade administrativa etc.

O Golpe é uma grande estrutura montada por operários do PMDB e DEM, principalmente, mas financiado pelo PSDB e por duas das maiores sonegadoras de impostos da história desse país, a FIESP e a Organizações Globo.


A VOTAÇÃO

Sem surpresas, diante da estrutura montada em favor do Golpe, 367 (de 513) votaram a favor da admissibilidade do processo de ‘impeachment’, autorizando, assim, o Senado Federal a instaurar o processo contra a presidente.


CURIOSIDADES

O deputado que deu o último voto necessário a esta autorização é do PSDB e tem seu nome citado na lista de corrupção da Odebrecht.

“Pelo fim da corrupção, voto sim” – horas depois de votar em favor da admissibilidade do impeachment, levantando a bandeira contra a corrupção, o marido de uma deputada, prefeito de Montes Claros-MG, foi preso pela PF, por corrupção.

Depois de dedicar voto a torturador da ditadura, Bolsonaro confirma Golpe: “Perderam em 64 e perderam agora em 2016”.


NIEMAYER SE VIRA NO TÚMULO

Brasília fora projetada pelo arquiteto, a pedido do ex-presidente JK, em forma de avião. Pouco antes de padecer, o arquiteto que a projetou para ser a capital do Brasil, imortalizou a seguinte frase: “Se imaginasse que Brasília viraria isso aí, a teria projetado em forma de camburão, não de avião”.


BEZERRÃO

Outro ícone, mas da música, Bezerra da Silva, ao assistir uma sessão na câmara dos deputados, ali mesmo, na galeria, observando os parlamentares, se inspirou e compôs uma música de muito sucesso cujo refrão diz o seguinte: “Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão...”.


SEM NUNCA TER VENCIDO UMA ELEIÇÃO, PMDB PODERÁ TER TERCEIRO PRESIDENTE DA HISTÓRIA DO PARTIDO

O primeiro desta lista é o ex-presidente José Sarney, que assumiu a presidência da República após o assassinato do mineiro Tancredo Neves, que vencera, em eleições indiretas, o deputado ficha limpa Paulo Maluf.

Depois, com o impeachment de Collor, em 1992, assumiu o mineiro Itamar Franco, que não conspirou contra o seu titular, como faz agora Michel Temer.

E agora, com a possibilidade da consumação de mais um golpe montado pelo PMDB e financiado pelo PSDB e pelo mineiro Aécio Neves, o PMDB poderá ter o terceiro presidente da República da história do partido, mas sem nunca ter vencido uma só eleição.


COMO FICA A PARTIR DA VOTAÇÃO NA CÂMARA

A CÂMARA deliberou em favor da AUTORIZAÇÃO para o SENADO APROVAR –OU NÃO– o processo de IMPEACHMENT da Presidente.

Dia 11 de maio, se assim decidir o presidente do Senado, esta autorização será submetida aos senadores, que por maioria simples (41 votos) DECIDIRÁ SE APROVA –OU NÃO– a continuidade do processo de impeachment.

Se decidirem 41 ou mais senadores pela continuidade do processo, a presidente é afastada provisoriamente enquanto o presidente do STF conduz, no senado, o julgamento. Assume o cargo de presidente Michel Temer, e o de vice-presidente, Eduardo Cunha.

Esse julgamento tem de acontecer em até 180 dias. Se passar disso, a presidente reassume e aguarda a conclusão do julgamento no exercício do cargo.

Para a presidente ser definitivamente afastada do cargo e sofrer o impeachment, 54 ou mais senadores (de um total de 81) precisam votar por isso.


LAVA-JATO

A operação que culminou na prisão de políticos de quase todos os partidos (incluindo DEM, PMDB, PP, PSDB e PT), pode ter um fim antes da conclusão da operação, isto por que o objetivo maior, o de promover o Golpe contra a democracia e a Constituição, com a saída da presidenta Dilma, já teria sido alcançada.

Mas, e os políticos do DEM, do PSDB e do PMDB, e o Aécio, citado cinco vezes por delatores durante a operação, o Michel Temer, na lista da Odebrecht, o Eduardo Cunha e seus 55 milhões de dólares em propinas?

Isto não importa, e você provavelmente não assistirá ou lerá notícias sobre esses.
Voltaremos à era dos Engavetadores Gerais da República.


MÍDIA GOLPISTA

Se o Michel Temer assumir a presidência, passaremo a viver no país dos nossos sonhos, não veremos mais na televisão, nos telejornais ou nos sites de notícias na internet, mais nenhum escândalo de corrupção, os políticos serão honestos, o impostômetro acabará a pilha e não mais registrará o assalto aos nossos bolsos, a gasolina, a energia elétrica e a cesta básica finalmente terão seus preços reduzidos, não teremos mais aumento nas passagens de ônibus, o salário mínimo passará a ter os maiores aumentos reais da história, finalmente conseguirei comprar meu veículo próprio, minha casa própria, os bancos concederão financiamentos a juros quase que imperceptíveis, ah, meu Brasil querido, tanto esperei por você.


VEM PRA RUA

Uma vez golpeada a presidente Dilma, insistirão os movimentos em se manterem nas ruas contra a corrupção, por um Brasil melhor, contra Eduardo Cunha, Michel Temer e Aécio Neves, contra o desvio das merendas no governo Alckimin?

Apostaria uma rodada de coxinhas, que não.


Afinal, a panela que dá em Chico, não dá em Francisco. 





Capas como esta, de 1997 (Governo PSDB), não mais foram vistas desde o governo Lula.
De fato, já não se observa tantos 'pedintes' na ruas como a alguns anos.


Foto de 1996 (Governo PSDB)
Desde 2003 (Governo Lula), 6,8 milhões de brasileiros foram beneficiados
pelo programa Minha Casa Minha Vida




Com a universalização da água, estas cenas são cada vez mais raras no nordeste




Linhas de crédito com juros zero para agricultores familiares

Desde o Governo Lula, o número de estudantes que ingressaram no ensino superior teve um aumento de quase 800%, em relação ao mesmo período do governo do PSDB