Os documentos datam de 1988 pra cá, portanto, atinge os governos anteriores aos de Dilma e Lula, principalmente o de Fernando Henrique Cardoso - FHC, do PSDB. Na Bahia, da data dos documentos apreendidos até aqui, passaram pela prefeitura de Salvador e pelo Governo do Estado, Antonio Carlos Magalhães (ACM), Paulo Souto, César Borges, Antonio Imbassahy (PSDB), João Henrique (PMDB) e o atual prefeito ACM Neto, dentre outros.
As planilhas do departamento financeiro da Odebrecht em Salvador, datados de 1988, aos quais a CPI da Petrobras e à força-tarefa da Operação Lava Jato tiveram acesso, indicam que a contabilidade de propina realizada pela empreiteira nos últimos anos segue os mesmos padrões desde à década de 1980.
Segundo informações do jornal O Globo, agentes públicos e políticos eram mencionados nas planilhas de 30 anos atrás como “parceiros”, também usando codinomes.
Além de planilhas com valores ligados a obras públicas e codinomes de políticos, há recibos de transações bancárias e remessas de recursos ao exterior.
“Muitos desses manuscritos entregues à CPI eram bilhetes que eu recebi do meu gerente para operacionalizar os pagamentos. Eu embalei muito dinheiro em caixas”, relatou Conceição Andrade, funcionária da empreiteira Odebrecht, em entrevista a O Globo. A atuação de Conceição era semelhante a de Maria Lúcia Tavares, secretária que gerenciava os lançamentos de propina da empreiteira, presa no mês passado durante a 23ª fase da Lava Jato. Os documentos foram encaminhados à CPI da Petrobrás.
Sem nunca terem se conhecido, Conceição é uma antecessora de Maria Lúcia Tavares, a secretária que controlava os lançamentos de propina da empreiteira, foi presa e delatou o funcionamento dessa estrutura à Lava-Jato.
Apesar da apreensão das planilhas, hoje já não valem mais como prova de corrupção, pois os crimes já teriam prescrevido, mas servem, ao menos, para indicar que o pagamento de propina em troca de contratos com políticos já seria prática há 30 anos.
O "modus-operandi" de hoje é o mesmo de três décadas atrás, mudou nada." - afirma investigador.
Paulo Souto e Imbassahy, os beneficiários do passado, ao lado de ACM Neto e Aécio Neves, os beneficiários de hoje.
FONTES:
O GLOBO
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