Um homem alquebrado. Quase trêmulo. Olhos tendenciosos a marejar. Semblante de profundo cansaço. Um cidadão indignado. Uma decepção estonteante de ser ludibriado. Uma vontade relâmpago de abandonar tudo, comum a todos os homens sérios. A desesperança de um Brasil político sem solução moral. A crise chegando pela negação de um conjunto de valores nacionais… A corrupção infiltrada em todos os setores da governabilidade… Um caráter monolítico. A firmeza de continuar a sua missão. A ética como bandeira. Um político consciente. A voz altiva e corajosa. A perspectiva saudável da visão de honestidade.
Desse modo poderia ser definido o prefeito Assis na sua última reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. Inconformado com as propostas diárias de suborno, de conchaves e ofertas indecentes, de licitações fraudulentas, de manipulação da ordem cívica, da não devoção ao interesse público.
A dúvida se robustece na decisão altaneira de não deixar faltar merenda escolar. “Como deixar os pequeninos estudantes com fome?” Não sei mais como é essa questão das licitações, agora tão sofisticada de leis. Mas voltando ao tempo dessa inicial corrupção crescente, ampliou-se o crime quando grupos econômicos se entendiam e combinavam a preferência do resultado.
Assis está coberto de razão. A corrupção está como enraizada na nossa cultura. Mas preferiu continuar lutando, vencendo desafios, e seu maior temor é ter de descredenciar entre os 86 aposentados da prefeitura, aqueles que também estão aposentados pelo INSS. O Ministério Público já o notificou. Assis vai resolver. É um homem sério.
Que Deus possa livrar da corrupção prefeitos sérios como Assis em todo o país e que as práticas de antecessores como os que Assis teve, não continuem.
Reportagem de Roberto Lopes